Lagarta -de-fogo (taturana)
Elas são da Família Saturniidae (conhecidas como lagartas “espinhudas”) ou Taturanas, o nome taturana, vem do tupi antigo tataûrana, e significa "que se parece com fogo escuro".
Elas vivem em grupos e possuem cerdas urticantes em forma de espinhos, semelhantes a pequenos pinheiros distribuídos no dorso da lagarta. Têm “espinhos” ramificados e pontiagudos de aspecto arbóreo, com tonalidades geralmente esverdeadas mas que tbm podem variar dependendo da região onde são encontradas, algumas tem tons alaranjados e por isso tbm são chamadas lagartas de fogo, muitas vezes até se camurflam nas plantas que habitam.
O gênero Lonomia Oblíqua, é a mais perigosa de todas e com ampla distribuição em todo o país, causadoras de acidentes hemorrágicos.
Ao encostar na massa de pêlos, vem a queimadura. O efeito é imediato. A sensação é de óleo fervendo sobre a pele. No mesmo dia surgem as dores por todo o corpo, especialmente na cabeça. Entre 8 e 72 horas, começa a hemorragia. Forma-se hematomas por toda parte, dos poros às gengivas. O mais perigoso é o que menos se vê: quando há sangramento dentro do cérebro, pode ser fatal. O primeiro ataque da Lonomia obliqua foi registrado em 1989. Até então, essas devoradoras de folhas de árvores, que aparecem do norte ao sul do país, não chamavam muita atenção.
Colônia de taturanas (Lonomia oblíqua) no tronco de uma árvore
Normalmente, os acidentes com esse tipo de lagartas ocorrem quando o indivíduo toca o animal, geralmente em tronco de árvores ou ao manusear vegetação. Pode acontecer tbm de caírem de alguma arvore sobre a pessoa. O contato com as cerdas pontiagudas faz com que o veneno contido nos "espinhos" seja injetado na pessoa. A dor, na maioria dos casos, é violenta, irradiando-se do local da "queimadura" para outras regiões do corpo. No caso da Lonomia, algumas vezes aparecem complicações como sangramento na gengiva e aparecimento de sangue na urina.
O Instituto Butantan alerta para os perigos do contato de pessoas com os “espinhos” envenenados de taturanas (ou lagartas) do gênero Lonomia, que apenas em 2017 foram responsáveis por 741 acidentes no país, com pelo menos 6 mortes de acordo com o Ministério da Saúde. O contato com a grande maioria das lagartas provoca dor e queimação, com inchaço e vermelhidão no local atingido. Porém, o acidente com a Lonomia pode causar uma síndrome hemorrágica, até complicações graves como a insuficiência renal aguda, provocando a morte na falta de um tratamento correto.
Atualmente, o tratamento disponível para reverter os efeitos do envenenamento é a utilização do Soro Antilonômico produzido pelo Instituto Butantan desde 1994, que inclusive, é o único produtor do medicamento no mundo. O soro é obtido a partir do próprio veneno da lagarta.
Lonomia Oblíqua
Para produzir o soro, o Instituto recebe, anualmente, as taturanas graças ao apoio de secretarias de saúde da região Sul do Brasil onde existe maior incidência da Lonomia. Segundo Fan Hui Wen, gestora de projetos do Núcleo Estratégico de Venenos e Antivenenos do Butantan: “Existe uma cadeia de participação para a produção do soro que envolve a população, órgãos de saúde e o Instituto Butantan".
A Lonomia é um inseto em fase larval que possui quatro estágios de desenvolvimento – ovo, lagarta, pupa e mariposa – frequentemente encontrada nos períodos de calor e chuva em troncos de árvores, camufladas e agrupadas em colônias. Somente na fase de larva a lagarta possui cerdas “espinhudas” que contêm o veneno que, em contato com a pele, causa “queimaduras”, dor local e sangramentos. Os acidentes com Lonomia nem sempre causam envenenamento e a gravidade do caso depende da quantidade de lagartas que a pessoa tocou e o quanto de veneno foi inoculado a partir do contato, se foi um contato leve ou se houve pressão sobre as cerdas.
O que fazer em caso de acidente?
- Lavar o local com água fria ou gelada e sabão;
- Procurar o serviço de saúde mais próximo para poder receber o tratamento em tempo oportuno.
- A identificação da lagarta pode ajudar no diagnóstico. Se for possível colete e leve quando procurar o atendimento médico.
- Se informar para saber quais locais próximos dispõe do soro específico na sua região.
O que não fazer em caso de acidente?
- Não coçar o local;
- Não tentar extrair o veneno de alguma forma;
- Não aplicar qualquer tipo de substâncias sem comprovação que possa ser eficiente nesses casos.
- Não ingerir nenhum tipo de substância que não seja indicado por um médico.
A incidência maior de acidentes é culpa do próprio homem. O crescimento populacional de taturanas no meio urbano é causado pelo desmatamento e as queimadas, e com isso vem o extermínio de seus predadores naturais, loteamentos sem planejamento e sem avaliação do impacto ambiental também são a causa desse desequilíbrio ecológico, o que obriga estas espécies a procurarem por outros ambientes para sobreviver, e é aí que se dá o contato com o homem.
É importante lembrar que por mais perigosos que sejam, cada animal tem o seu papel no ecossistema e tem sua importância para a Vida na Terra. Respeitemos seus habitats naturais para não sofrermos as consequências da intervenção humana sobre a natureza.
Assista o vídeo:
Caramba kkkk agora fiquei com medo, pq eu adoro andar no meio dos matos kkkkk obrigado por essa informação!
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