Ricardo Bevenuto - Desenhista e artísta plástico - Foto: Arquivo pessoal
"É com imenso prazer que inicio minha primeira postagem no meu blog contando pra vocês um pouco da minha trajetória na minha vida profissional. Não poderia jamais deixam de iniciar falando um pouquinho de mim, e aproveitando a oportunidade que tive quando fui convidado a escrever essa biografia para um trabalho escolar acerca de minha vida exclusivamente profissional, quero aqui e agora compartilhar com vocês. Espero que gostem!"
Meu nome é Francisco Ricardo Bevenuto da Silva, Brasileiro, nascido na cidade de Natal-RN no ano de 1979. Me criei na cidade de Riachuelo aqui no RN, onde passei toda a minha infância e onde vivo até hoje. Sou formado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Atualmente trabalho como secretário do turno vespertino na Creche Municipal Pequenos Querubins desde o ano de 2005.
Desde criança eu sempre gostei de desenhar, e isso era talvez uma das coisas que eu mais fazia durante a minha infância. Lembro-me de que meu pai não era muito a favor da idéia de eu só viver desenhando, pois ele achava que isso não dava futuro pra ninguém, e que eu tinha que estudar e ajudá-lo no roçado, essas coisas de antigamente, dos mais velhos. Mas, no entanto, hoje em dia ele pôde perceber que isso é um dom, e que dom não é pra quem quer, é pra quem Deus dá. E se é dado por Deus, tem que ser usado, não desperdiçado.
Então foi assim que se deu o meu início no desenho e na pintura. A cada dia eu ia me aperfeiçoando sozinho, e no início gostava de fazer meus desenhos olhando por outros, tentando fazer igual, e depois fui começando a criar meus próprios desenhos, da minha cabeça, usando a criatividade. Por isso mesmo é que eu acho muito importante para as crianças na fase desde em que começam a freqüentar a creche, os professores explorarem esse lado artístico delas e a coordenação motora, pois podem surgir grandes futuros talentos, e eu torço muito por isso.
Durante minha fase escolar os meus desenhos chamavam a atenção de colegas e professores, às vezes eu gostava de desenhar nas carteiras, para que as turmas dos outros turnos vissem e fizessem comentários, mas em paredes eu nunca fiz, pois já acho um ato de vandalismo. Assim fui crescendo e me tornando conhecido como um dos melhores desenhistas da cidade, de modo que até começaram a surgir pessoas de fora procurando por meus trabalhos, e até oferecendo oportunidades de emprego em lojas de aniversários, etc. Mas confesso que nesse ponto sempre fui medroso, de ter que deixar minha cidade, casa, família, e até hoje sou assim.
Em 1996, ano em que concluí o magistério, minha mãe pagou para mim um curso de Desenho artístico e publicitário, pelo Instituto Universal Brasileiro, bastante conhecido, que se faz por correspondência via correios, e do qual hoje tenho o certificado de conclusão. Foi maravilhosa essa oportunidade que a minha mãe me deu naquele ano, pois isso só veio a aperfeiçoar meu dom, o dom que Deus me deu. Por isso eu a agradeço muito, de coração.
Porém, deixo claro que não atribuo o meu talento a conclusão deste curso, pois em nada teria adiantado fazê-lo se eu não já trouxesse comigo desde a infância essa minha vocação. Pois talento não se adquire, se aperfeiçoa. O que se adquire são as técnicas, ou seja, novas técnicas. Digo isso para as pessoas que sempre me perguntam se eu fiz algum curso, como se meu talento fosse atribuído exclusivamente aos conhecimentos adquiridos em algum curso. Mas como eu já falei isso é um dom que se você o usa com freqüência ele se aperfeiçoa a cada dia, independente de fazer curso ou não. Já ouvi falar de pessoas que fizeram o mesmo curso que eu, ou outro parecido e terminaram frustrados por não aprenderem nada.
Assim fui vivendo durante toda minha vida continuando a usar esse dom, as pessoas me procurando para fazer trabalhos dos mais variados tipos, desde decoração de paredes de quartos, painéis de aniversário, adereços de quadrilha, caricaturas de pessoas para quadros (inclusive já fiz de várias pessoas), até pintura em fraldas, etc. E a cada novo trabalho feito eu ia me superando. E não é pra me gabar não, mas já tiveram coisas que quando eu terminava, ficava admirando, a ponto de falar: “Será que fui eu mesmo que fiz?” Mas também tem aqueles que eu nem gosto tanto, aí sempre tem alguém que vem e diz: “E não está tão bem feito?” Mas é que eu, como todo virginiano, sou muito perfeccionista, e esse perfeccionismo apesar de ser positivo em várias profissões, consegue também atrapalhar bastante em outras áreas da nossa vida. Pessoas assim costumam cobrar muito de si mesmas, e por isso podem sofrer por querer fazer tudo com muita perfeição, mesmo sabendo que nada nessa vida é perfeito. Pois perfeito mesmo são as criações Deus.
Agora vou confessar uma coisa, antigamente eu tinha muito mais paixão pelo que eu faço do que agora. Talvez isso seja devido à desvalorização do meu trabalho por parte de algumas pessoas (não todas), que acham que a gente tem que trabalhar de graça, ou acham caro os trabalhos, enquanto a gente perde nosso precioso tempo, ou até mesmo ainda tem aqueles que quando recebem o trabalho pronto dizem: “Amanhã ou depois, eu passo aqui e te pago”. Só que esse amanhã nunca chega!
São essas coisas que desestimulam os artistas e fazem com que a gente perca a aquela vontade de querer fazer bem feito, ou até de mesmo não querer nem fazer, por falta mesmo de coragem, ou por medo de ser mais uma vez enganado. Quando se é valorizado, e percebe que seus trabalhos te trazem benefícios (sejam eles financeiros ou não), surge então à vontade de produzir cada vez mais e melhor. As pessoas muitas vezes só gostam de elogiar os trabalhos, e é lógico que é maravilhoso receber elogios, mas eu nem me orgulho tanto disso, pois de que adianta receber tantos elogios e não ter o reconhecimento merecido. Não adianta.
Quero deixar um conselho para aqueles que também têm esse dom de desenhar e pintar. Se você gosta siga em frente, se dedique, procure se aperfeiçoar. Se tiver oportunidade faça um curso, seja por correspondência, ou pela internet (online). Tenha certeza de que se tiver força de vontade, você terá um bom desempenho e conseguirá alcançar seus objetivos. E se surgir oportunidades, agarre-as, pois muitas vezes elas são únicas.
Aqui encerro este relato, que não deixa de ser uma breve biografia acerca da trajetória de minha vida profissional como desenhista e pintor. Agradeço desde já a sua atenção, pela oportunidade de falar um pouco sobre mim em torno do tema proposto e de me expressar a respeito do mesmo. O meu muito obrigado, e até a próxima. |